O quintal

Enquanto cuidava da pequena Costelinha, a gatinha das fotos abaixo, pensava, mirando um céu azul de agosto, na verdade um lindo dia, embora eu prefira dias chuvosos, acreditem...lembrava de quantos gatinhos já brincaram nesse quintal, cimentado, simples...quantas gatas já pariram e brincaram e educaram seus filhotes nesse quintal, quantas flores se abriram e secaram nesse quintal. Eu, que construí a casa dos fundos, quando tive que fugir do aluguel para sobreviver, morei ali...saía de minha casa e vislumbrava aquele quintal abençoado, com um pé de amora (que não dá frutos!) que eu plantei de uma muda ganha em uma feira do verde em Campinas...essa árvore que quase morreu há pouco tempo mas está lá com orquídeas em seu tronco, barbas de velho, tilândsias, enfim, de uma biodiversidade bem grande...o jirau que já teve parreira, chuchu, maracujá, madressilva,maracujá de novo...já teve galinheiro e pé de cana nesse quintal. Já teve viveiro de canários, casa de cachorro, areia de construção, pé de milho, limoeiro...esse quintal tem história. Gerações usufruiram desse quintal e quando eu fico ali me dá uma emoção sem igual, quero chorar, tenho saudade, sinto uma paz imensa que invade meu ser...não sei explicar esse sentimento tão forte que me toma quando estou nesse quintal. Saudades de minha avó, meu avô, minha mãe, de meus cachorros e gatos que viveram nesse quintal.