segunda-feira, 25 de maio de 2009

EU SEI, MAS NÃO DEVIA (Marina Colasanti)

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma. (1972)

domingo, 24 de maio de 2009

sábado, 23 de maio de 2009

AGRADECIMENTO

Oi gente, fico muito feliz quando alguém comenta aqui em meu blog. Fico mais contente ainda quando comentam e agradecem. Seja bem vinda Dô e não tem de quê! Sabe pessoal, uma das coisas que mais me incomoda aqui em nosso querido Brasil é a incrível falta de formação e educação das pessoas hoje em dia. Quando tive meu filho decidi que o ensinaria a usar as palavras obrigada, desculpe, de nada, saúde!, com licença, e acho que fiz um bom trabalho. Fui criada assim e quando morei nos EUA fiquei espantada ao ver que as pessoas, na cidade onde morava, eram educadas! Aí pensei: será que é tão difícil assim ser educado, agradável, legal? Por que os brasileiros em geral não conseguem mais fazer isso? Crise não é desculpa, nem violência, nem pressa. Ontem vi uma coisa que me chocou profundamente! Eu estava em uma loja comprando um jogo de lençóis para meu filho e havia uma mãe bem jovem com seu filhinho no balcão, sendo atendida quando ela espirrou e o garotinho disse: saúde mamãe! O menino não tinha mais do que 4 anos! Ela olhou para ele e disse: que foi? Ele repetiu: saúde mamãe! Ela nem ligou e ele repetiu, esperando um obrigado, talvez...alguém deve tê-lo ensinado... Mas aquela mãe insensível, muito jovem, despreparada para o exercício da maternidade, simplesmente ignorou. Aí eu "viajo na maionese" e penso o que será desse menino tão sensível sendo criado dessa forma... Bom, quase chorei, quis dar um chacoalhão na mãe...mas, me controlei, mais uma vez, e fui embora com um nó na garganta!!! Gente...que podemos fazer, hein??? Desculpem, mas precisava compartilhar isso com vocês. Grande abraço.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

segunda-feira, 18 de maio de 2009

sábado, 16 de maio de 2009

ERROS DE PORTUGUÊS

Oi pessoal, venho desta vez fazer um pedido a todas (os) vocês que tem blogs, a respeito de erros graves que tenho percebido em diversos blogs onde visito. Nenhum de nós está na Academia Brasileira de Letras, ninguém sabe tudo, muito menos eu mas, erros como "SANDALHA" ao invés de "SANDÁLIA" e tantos outros...não dá para passar!!! Acho que a linguagem de MSN da molecada talvez tenha influenciado esses erros, mas que tal, quando não temos certeza, consultarmos o dicionário ou mesmo a internet??? Gente, não fiquem chateados tá??? Bjo a todos.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

domingo, 10 de maio de 2009

CACHECOL UNISSEX

MÃES/MULHERES

Ser mãe é sorrir mesmo quando não se têm motivos para sorrir numa resposta automática ao sorriso de seu filho. Ser mãe é compreender mais uma criança do que se é capaz de compreender-se a si mesmo. Ser mãe é desistir dos seus próprios sonhos e adiar tantos outros em prol de um objetivo maior. Ser mãe é sentir dor mesmo sem ter nada e desejar a todo o custo sofrer no lugar daquela pessoinha que está sofrendo. Ser mãe é amar mesmo sem ter gerado e compreender que filho acima de tudo está no coração. Eu poderia continuar descrevendo o que é ser mãe infinitamente... Não somos perfeitas, muito ao contrário, mas as que tentam fazer o melhor, o mais bem feito, principalmente dar amor e atenção ao filho, ao sobrinho, ao amigo, ao gato, ao cãozinho, às plantas, à MÃE TERRA, à própria mãe...são todas mães, mesmo sem terem sido. Mulheres são sempre mães; não há como fugir disso... UM GRANDE BEIJO A MINHA MÃE QUE JÁ ESTÁ NO ANDAR DE CIMA. MUITA SAUDADE MÃE!!! Parabéns e coragem a todas nós!!!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

1000 VISITAS!!! YES!!!

TENHO ESSE BLOG HÁ ALGUM TEMPO, MAS ESTAVA MEIO PARADÃO. AÍ, HÁ UNS DOIS MESES RESOLVI INCREMENTÁ-LO E APRENDI MUITO COM OS BLOGS DE TANTAS COLEGAS... HOJE ELE ATINGIU A MARCA DE 1000 VISITAS. ESTOU MUITO FELIZ!!! CONTINUEM ACESSANDO AMIGAS!!! BEIJOS PARA MIM E PARA TODAS!

VOCÊ CONHECE CAT STEVENS/YUSUF ISLAM?

Gente, essa foto é da Rolling Stone, muito antiga, mas ele estava tão lindo nela que resolvi colocá-la. Admiro muito esse cara! Hoje ele é convertido ao islamismo, continua lançando cds maravilhosos só que com o nome islâmico. Todos que têm mais de 35 anos conhecem muitas de suas músicas. Aquele filme antigo "Ensina-me a Viver" tem sua trilha sonora com as músicas dele. Procurem conhecer as músicas e letras maravilhosas que esse carinha compôs. Além do mais ele tem entidades beneficentes que ajudam povos do terceiro mundo. Vale a pena conhecer!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

CAMINHO DE MESA/TOALHA

Fiz esse caminho baseado num tapete exótico de uma marca italiana (não me lembro o nome). Levou um bom tempo pois é preciso montar o desenho de uma forma harmoniosa.

Eu já tive ódio dos homens, de vez em quando ainda tenho. Mas...tive um filho homem...daí em diante eu comecei a entender como eles funciona...